Comentário do amigo Marco Antônio:
"Professor Milton, vim a conhecê-lo há cinco anos num Hospital de Barretos, quando estava internado para tratamento de problemas cardíacos. Coincidentemente meu Pai, Antônio Theodoro do Valle Nogueira, se encontrava também internado por problemas similares, num apartamento ao lado.
No interior é costume que a gente sempre converse com pacientes vizinhos aos seus, daí surgindo uma longa e prazerosa conversa com Professor Milton. Lembro-me que em determinada hora surgiu o assunto Grécia (Professor Milton era Professor de História), quando então entramos em Mitologia e depois Música.
Contou-me que em certa época fez parte de uma peça teatral, e que ao entrar no palco a música era A DANÇA DO ZORBA. Disse-lhe que eu era um grande apaixonado pela Música grega, tendo em casa mais de 400 delas. E os olhos do Professor brilhavam. Daí, prometi a ele que quando voltasse a Belo Horizonte iria fazer algumas cópias delas e lhe enviaria, o que fiz através de seu genro, o Engenheiro Edson, que na época era o Secretário
de Obras de Esplanada, MG.
Logo depois de receber as músicas, enviou-me uma carta agradecendo emocionado e insistiu comigo pra que o visitasse em sua casa em Barretos. Mas, por infeliz desatenção, não cheguei a fazer-lhe tal visita.
Eh, Professor Milton deixou a mim a impressão de ter sido uma dessas pessoas que, com poucas horas de conversa, nos passa a sensação de ter conhecido uma criatura rara.
Transmitia-nos ser profundamente sensato, ponderado, culto, que preferia ouvir do que falar, para depois arrematar a conversa com suas conclusões que nos levavam a meditar por dias sobre o conteúdo delas.
Solicito ao confrade Alberto Kandratavicius que transmita aos amigos espíritas de Barretos, e à família, o nosso pesar pela morte deste grande barretense, que certamente será um eterno exemplo de bom cristão a todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo.
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