segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Pneumatografia ou Escrita Direta


A pneumatografia é a escrita produzida diretamente pelo Espírito, sem intermediário algum; difere da psicografia, por ser esta a transmissão do pensamento do Espírito, mediante a escrita feita com a mão do médium. Demos essas duas palavras no Vocabulário Espírita, posto no início de nossa Instrução Prática, com a indicação de sua diferença etimológica. Psicografia, do grego psykê, borboleta, alma; e graphus, eu escrevo; Pneumatografia, de pneuma, ar, sopro, vento, Espírito. No médium escrevente a mão é um instrumento, mas a sua alma, ou Espírito encarnado, é o intermediário, o agente ou o intérprete do Espírito estranho que se comunica; na Pneumatografia, é o próprio Espírito estranho que escreve diretamente, sem intermediário.

O fenômeno da escrita direta é, inegavelmente, um dos mais extraordinários do Espiritismo. Por anormal que pareça à primeira vista, é hoje um fato verificado e incontestável. Se dele ainda não falamos, é que esperávamos poder dar-lhe a explicação e já ter procedido às observações necessárias, a fim de tratar a questão com conhecimento de causa. A teoria, sempre necessária
para nos inteirarmos da possibilidade dos fenômenos espíritas em geral, talvez ainda se faça mais necessária neste caso que, sem contestação, é um dos mais estranhos que se possam apresentar,
deixando, porém, de parecer sobrenatural, desde que se lhe compreenda o princípio.

Da primeira vez que este fenômeno se produziu, a dúvida foi o sentimento dominante que deixou. Logo acudiu aos que o presenciaram a idéia de um embuste. Toda gente, com efeito,
conhece a ação das tintas chamadas simpáticas, cujos traços, a princípio completamente invisíveis, aparecem ao cabo de algum tempo. Podia, pois, dar-se que tivessem, por esse meio, abusado da credulidade dos assistentes, e longe nos achamos de afirmar que nunca o tenham feito. Estamos até convencidos de que algumas pessoas, não com propósito mercenário, mas unicamente por amor-próprio e para fazer acreditar nas suas faculdades, hão empregado subterfúgios.

Entretanto, do fato de se poder imitar uma coisa, fora absurdo concluir-se pela sua inexistência. Nestes últimos tempos, não se há encontrado meio de imitar a lucidez sonambúlica, a ponto de causar ilusão? Mas, porque esse processo de saltimbanco se tenha exibido em todas as feiras, dever-se-á concluir que não haja verdadeiros sonâmbulos? Porque certos comerciantes vendem
vinho falsificado, será uma razão para que não haja vinho puro? O mesmo sucede com a escrita direta. Bem simples e fáceis eram, aliás, as precauções a serem tomadas para garantir a realidade do fato e, graças a essas precauções, hoje ele já não pode constituir objeto da mais ligeira dúvida.

Considerando-se que a possibilidade de escrever sem intermediário representa um dos atributos do Espírito; uma vez que os Espíritos sempre existiram desde todos os tempos e que desde todos os tempos se hão produzido os diversos fenômenos que conhecemos, o da escrita direta igualmente se há de ter operado na Antigüidade, tanto quanto nos dias atuais. Deste modo é que se pode explicar o aparecimento das três palavras célebres, na sala do festim de Baltazar. A Idade Média, tão fecunda em prodígios ocultos, mas que eram abafados por meio das fogueiras,
também deve ter conhecido a escrita direta.

A escrita direta é obtida, como em geral a maior parte das manifestações espíritas não espontâneas, por meio da concentração, da prece e da evocação. Tem-se produzido em igrejas, sobre túmulos, no pedestal de estátuas, ou imagens de personagens evocadas. Evidentemente, o local não exerce nenhuma outra influência, além da de facultar maior recolhimento espiritual e maior concentração dos pensamentos, porquanto provado está que o fenômeno se obtém, igualmente, sem esses acessórios e nos lugares mais comuns, sobre um simples móvel caseiro, desde que os que desejam obtê-lo se achem nas devidas condições morais e, entre esses, se encontre quem possua a necessária faculdade mediúnica.

Julgou-se, a princípio, ser preciso colocar aqui ou ali um lápis com o papel. O fato então podia, até certo ponto, explicar-se. É sabido que os Espíritos produzem o movimento e a deslocação dos objetos; que, algumas vezes, os tomam e atiram longe. Bem podiam, pois, tomar também do lápis e servir-se dele para traçar letras. Visto que o impulsionam, utilizando-se da mão do médium,
de uma prancheta, etc., podiam, do mesmo modo, impulsioná-lo diretamente. Não tardou, porém, se reconhecesse que o lápis era dispensável, que bastava um pedaço de papel, dobrado ou não, para que, ao cabo de alguns minutos, se achassem nele grafadas as letras. Aqui, o fenômeno já muda completamente de aspecto e nos transporta a uma ordem inteiramente nova de coisas. As letras hão de ter sido traçadas com uma substância qualquer. Ora, sendo certo que ninguém forneceu ao Espírito essa substância, segue-se que ele próprio a compôs. Donde a tirou? Esse o problema.

Considerando a escrita direta do ponto de vista das vantagens que possa oferecer, diremos que, até o presente, sua principal utilidade há consistido na comprovação material de um fato sério: a intervenção de um poder oculto que, nesse fenômeno, tem mais um meio de se manifestar. Todavia, raramente são extensas as comunicações que por essa forma se obtêm. Em geral
espontâneas, elas se reduzem a algumas palavras ou proposições e, às vezes, a sinais ininteligíveis. Têm sido dadas em todas as línguas: em grego, em latim, em sírio, em caracteres hieroglíficos, etc., mas ainda se não prestaram às dissertações seguidas e rápidas, como permite a psicografia ou a escrita pela mão do médium.

Trecho do artigo original publicado na Revista Espírita de Agosto de 1859.
A revista encontra-se disponível para leitura via site da Federação Espírita Brasileira e pode ser acessada clicando aqui

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Jabuticaba: nossa pequena é notável

A química Daniela Brotto Terci nem estava preocupada com as coisas que se passam com o coração. Tudo o que ela queria, em um laboratório da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no interior paulista, era encontrar na natureza pigmentos capazes de substituir os corantes artificiais usados na indústria alimentícia. E, claro, quando se fala em cores a jabuticaba chama a atenção. Roxa? Azulada? Cá entre nós, jabuticaba tem cor de... jabuticaba. Mas o que tingiria a sua casca? A cientista quase deu um pulo para trás ao conferir: enormes porções de antocianinas foi a resposta. Desculpe o palavrão, mas é como são chamadas aquelas substâncias que, sim, são pigmentos presentes nas uvas escuras e, conseqüentemente, no vinho tinto, apontados como grandes benfeitores das artérias.

Daniela jamais tinha suspeitado de que havia tanta antocianina ali, na jabuticaba aliás, nem ela nem ninguém. "Os trabalhos a respeito dessa fruta são muito escassos", tenta justificar a pesquisadora, que também mediu a dosagem de antocianinas da amora. Ironia, o fruto da videira saiu perdendo no ranking, enquanto o da jabuticabeira... Dê só uma olhada (o número representa a quantidade de miligramas das benditas antocianinas por grama da fruta):

• jabuticaba: 314
• amora: 290
• uva: 227

As antocianinas dão o tom. "Se um fruto tem cor arroxeada é porque elas estão ali", entrega a nutricionista Karla Silva, da Universidade Estadual do Norte Fluminense, no Rio de Janeiro. No reino vegetal, esse tingimento serve para atrair os pássaros. "E isso é importante para espalhar as sementes e garantir a perpetuação da espécie", explica Daniela Terci, da Unicamp. Para a Medicina, o interesse nas antocianinas é outro. "Elas têm uma potente ação antioxidante", completa a pesquisadora de Campinas. Ou seja, uma vez em circulação, ajudam a varrer as moléculas instáveis de radicais livres. Esse efeito, observado em tubos de ensaio, dá uma pista para a gente compreender por que a incidência de tumores e problemas cardíacos é menor entre consumidores de alimentos ricos no pigmento. Ultimamente surgem estudos apontando uma nova ligação: as tais substâncias antioxidantes também auxiliariam a estabilizar o açúcar no sangue dos diabéticos.

Se a maior concentração de antocianinas está na casca, não dá para você simplesmente cuspi-la. Tudo bem, engolir a capa preta também é difícil. A saída, sugerida pelos especialistas, é batê-la no preparo de sucos ou usá-la em geléias a boa notícia é que altas temperaturas não degradam suas substâncias benéficas.

Os sucos, particularmente, rendem experiências bem coloridas. A nutricionista Solange Brazaca, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), em Piracicaba, interior paulista, dá lições que parecem saídas da alquimia. "Misturar a jabuticaba com o abacaxi resulta numa bebida azulada", ensina. "Já algumas gotas de limão deixam o suco avermelhado." As variações ocorrem devido a diferenças de Ph e pela união de pigmentos ácidos. Mas vale lembrar a velha máxima saudável: bateu, tomou. "Luz e oxigênio reagem com as moléculas protetoras", diz a professora. Não é só a saúde que sai perdendo: o líquido fica com cor e sabor alterados.

Aliás, no caso da jabuticaba, há outro complicador. Delicada, a fruta se modifica assim que é arrancada da árvore. "Como tem muito açúcar, a fermentação acontece no mesmo dia da colheita", conta a engenheira agrônoma Sarita Leonel, da Universidade Estadual Paulista, em Botucatu. A dica é guardá-la em saco plástico e na geladeira. Agora, para quem tem uma jabuticabeira que privilégio! , a professora repete o que já diziam os nossos avós: "Jabuticaba se chupa no pé".

O branco tem seu valor
A bioquímica Edna Amante, do laboratório de frutas e hortaliças da Universidade Federal de Santa Catarina, destaca alguns nutrientes da parte branca e mais consumida da jabuticaba. "É na polpa que a gente encontra ferro, fósforo, vitamina C e boas doses de niacina, uma vitamina do complexo B que facilita a digestão e ainda nos ajuda a eliminar toxinas." Ufa! E não só nessa polpa, mas também na casca escura, você tem excelentes teores de pectina. "Essa fibra tem sido muito indicada para derrubar os níveis de colesterol, entre outras coisas", conta a nutricionista Karla Silva. A pectina, portanto, faz uma excelente dobradinha com as antocianinas no fruto da jabuticabeira. Daí o discurso inflamado dessa especialista, fã de carteirinha: "A jabuticaba deveria ser mais valorizada, consumida e explorada". Nós concordamos e você?

A jabuticabeira
Nativa do Brasil, ela costuma medir entre 6 e 9 metros e é conhecida desde o período do descobrimento. "A espécie é encontrada de norte a sul, desde o Pará até o Rio Grande do Sul", diz o engenheiro agrônomo João Alexio Scarpare Filho, da Esalq. Segundo ele, a palavra jabuticaba é tupi e quer dizer "fruto em botão".

Aceita um vinho?
A invenção é esta: vinho de jabuticaba. O nome não deixa de ser uma espécie de licença poética, já que só pode ser denominado vinho pra valer o que deriva das uvas. Mas, sim, existe um fermentado feito de jabuticaba que, aliás, já está sendo exportado. "O concentrado da fruta passa um ano inteiro em barris de carvalho," conta o farmacêutico-bioquímico Marcos Antônio Cândido, da Vinícola Jabuticabal, em Hidrolândia, Goiás.

A jabuticaba é a matéria-prima de delícias já conhecidas, como a geléia e o licor, e também de uma espécie de vinho. Quem provou a bebida garante: é uma delícia.

Na bola tem...
(em 100 gramas ou 1 copo)

Calorias: 51
Vitamina C: 12 mg
Niacina: 2,50 mg
Ferro: 1,90 mg
Fósforo: 14 g

Tire proveito da jabuticaba
Atributos para essa fruta tipicamente brasileira é o que não falta. Vitaminas, fibras e sais minerais aparecem nela ao montes. Agora, para melhorar ainda mais esse perfil nutritivo, pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas descobriram que ela está cheia de antocianinas, substâncias que protegem o coração. Mais uma razão para que a jabuticaba esteja sempre no seu cardápio. É bom variar. Por isso, convidamos a nutricionista e gastrônoma Andréa Esquivel, de São Paulo, para criar duas receitas com esse ingrediente. Bom apetite!

ASPIC DE JABUTICADA
Ingredientes:
500 gramas de jabuticaba lavadas
300 mililitros de água
500 mililitros de vinho branco seco
150 gramas de açúcar
1 tira de casca de laranja
25 gramas de gelatina em pó incolor sem sabor (2 envelopes)
500 gramas de uva branca sem semente

Modo de preparo:
Dissolva a gelatina com um pouco de água fria e reserve. Bata as jabuticabas com o restante da água. Peneire e cozinhe até a fervura junto com açúcar e a casca de laranja. Deixe ferver por 3 minutos até que o açúcar se dissolva por completo. Retire do fogo, adicione a gelatina dissolvida e misture bem. Incorpore o vinho e deixe esfriar.
Em uma forma de pudim, coloque um pouco dessa mistura e leve ao congelador para encorpar um pouco. Em seguida, lave e seque as uvas. Disponha as uvas em camadas sobre a gelatina levemente encorpada. Cubra com o restante da mistura e coloque de volta na geladeira por 3 horas ou até endurecer. Desenforme e decore com jabuticabas inteiras. Sirva com sorvete de creme.

PARFAIT DE JABUTICABA
Ingredientes:
500 gramas de jabuticaba lavadas
200 mililitros de água
100 gramas de açúcar
2 gemas de ovo
100 mililitros de chantilly

Modo de preparo:
Bata as jabuticabas com a água no liqüidificador. Coe e leve para ferver até reduzir pela metade.Em outra panela, leve o açúcar para ferver com 2 colheres (sopa) de água, até se transformar em uma calda rala.
Bata as gemas com um batedor até que formem uma espuma e vá incorporando a calda rala ainda quente. Por fim, acrescente delicadamente, o creme Chantilly.

Sirva com salada de frutas ou acompanhando torta de maçã e decore com jabuticabas frescas.

Fonte: Revista Saúde é Vital, da Editora Abril.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Construção do muro da futura sede!


Em 03 de novembro de 2009, o muro - no terreno onde será erguida a Sede do Grupo de Amigos Espíritas PÃO DA CARIDADE - começou a ser construído, recebendo em seu alicerce: tijolos, concreto e ferragens - tendo o acompanhamento do Presidente Alberto Kandratavicius, da Fundadora do Grupo - Zilá Silva e Oliveira Kandratavicius, da Vice-presidente Eliete da Silva Ferreira, e de Ana Alice da Silva Ferreira - do Conselho Fiscal.
E haja material de construção!
Ajude-nos neste trabalho!
Faça a sua doação!
Nossos agradecimentos a você!

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

O início



Em 22 de outubro de 2009 - na Rua Jerônimo Luiz Borges n. 249, Planura, Minas Gerais, Brasil - com a ajuda de AMIGOS, teve início o trabalho de construção no terreno onde será erguida a sede do Grupo de Amigos Espíritas PÃO DA CARIDADE. O local está sendo preparado para receber os alicerces dos muros.
PRECISAMOS DE MATERIAL DE CONSTRUÇÃO.
VOCÊ PODE AJUDAR?
Entre em contato conosco. Obrigado!