terça-feira, 30 de março de 2010

O Filme da Fé – Matéria de capa do Caderno 2 no Estadão




Daniel Filho conversou com exclusividade com o repórter do jornal O Estado de São Paulo. Após a exibição de Chico Xavier para convidados, na cidade de Paulínia, na terça-feira passada, à noite, o cineasta deu sua única entrevista individual para a imprensa escrita, sobre o filme inspirado na vida do médium. O encontro ocorreu de madrugada, num restaurante de Campinas, enquanto o diretor e a mulher – a cantora Olivia Byington – jantavam. O clima é de festa.

Entrevista com o Diretor Daniel Fiho

“Era um santo, mas também era um homem”, diz Daniel Filho sobre o médium mineiro que é tema de seu mais recente filme, também denominado ‘Chico Xavier’. O diretor conta que fez uma longa pesquisa e sobre um encontro que teve com o médium.


No começo de Chico Xavier, você adverte que é impossível dar conta de uma vida inteira num filme. É uma defesa antecipada das acusações que poderão ser feitas ao seu recorte?
É como você diz, um recorte. Um filme é feito por muita gente, muitos deram sua contribuição e eu sou, por natureza, um cara aberto, que ouve. Mas, por mais que o cinema seja um trabalho de grupo, a responsabilidade de um filme é individual. As escolhas são minhas. Brinco dizendo que quando um filme faz sucesso tem muitos autores. Quando fracassa, a culpa é do diretor. Ouvi muita gente antes e durante a feitura de Chico Xavier, me preparei mais do que para fazer qualquer outro de meus filmes. Isso se reflete na tela.


A ideia de usar como eixo a entrevista de Chico Xavier no programa Pinga-Fogo é muito interessante. E no final você tem as imagens do próprio Chico no programa, contando, do jeito dele, coisas que vimos recriadas com atores. Como veio o Pinga-Fogo?
Pesquisei muita coisa e aquele programa foi um marco da própria TV brasileira. Tenho essa ligação muito forte com a história da TV no País. Achei que seria uma âncora muito firme para a narrativa. O que o espectador não sabe é que aquilo me deu um trabalho imenso. As câmeras usadas na época nem existem mais. Precisamos recriar tudo, foi um trabalho de muita pesquisa. Ao mesmo tempo, o próprio Chico entrar no filme foi… uma necessidade. Ele tinha humor, humaniza o próprio relato. E eu queria que as pessoas vissem o homem, como eu o conheci.


Como foi o encontro com ele?
Muito breve, um aperto de mãos, algumas palavras, mas dava para sentir a energia. Para mim, essa é, fundamentalmente, uma história de emoção. Poderia citar muitos momentos da filmagem em que a equipe toda experimentava essa emoção, essa energia no próprio set.


Você tem amor e respeito pelo personagem, mas não foge à controvérsia. Os trejeitos, a vaidade. A história da peruca é divertida. Chico se indispunha muito com o espírito de Emmanuel?
Não estou inventando, nem quando tomo liberdades para ser fiel à essência. Quem conviveu com Chico conta que ele discutia muito com Emmanuel, a quem ninguém via, só ele. Acho que a questão da peruca, a vaidade, não é desrespeitosa. Ela humaniza o personagem. E eu pesquisei, sim, a sexualidade, a esquizofrenia. Chico tinha aqueles trejeitos femininos, mas depois de muito pesquisar me convenci de que era assexuado. Li os dados de sua avaliação psicológica, para tentar entender se seria uma fraude. Ele vinha de uma família com distúrbios mentais, mas o laudo é inconclusivo. Entramos no território da fé, e a fé não se explica. De qualquer maneira, a psicografia, que podia ser motivo de discussão, terminou aceita como prova jurídica válida num tribunal de júri. Isso é fundamental e está no filme.
O público ri quando o pai leva o jovem Chico ao bordel e ele puxa a reza das prostitutas, mas a cena do Pinga-Fogo em que defende a sexualidade como intrínseca ao homem é coisa de visionário.
A Olivia (aponta para a mulher) enfatizou que aquilo era muito forte e não poderia faltar (A própria Olivia intervém e lembra que aquela janela aberta para a compreensão do outro, inclusive quanto a preferências sexuais, era ousadíssima, ainda mais em 1971, sob a ditadura militar). O Chico falando aquilo na televisão era uma revolução na época. São momentos que não podem faltar.



A cena do avião, quando Chico tem uma crise e admite seu medo de morrer, é cômica. Mas, depois, quando ele conta a história, é ainda mais engraçado. O humor é um risco?
É possível que muita gente esperasse um filme sério, o tempo todo, para dar conta do personagem, mas acho que são esses momentos, essas quebras, que o definem. O homem era um santo, no sentido da bondade, da dedicação ao outro, mas era justamente um homem. Abro o primeiro flash-back com a cena em que a madrinha o obriga a lamber a ferida do amigo porque justamente isso define o que vai ser a vida de Chico. O movimento da câmera, pegando o isolamento daquela fazenda, atrás do monte, também é para realçar o mistério. Como esse homem surgiu naquele lugar, no fim do mundo, para espalhar sua mensagem de amor.


Você tem grandes atores em pequenos papéis. E tem os seus três Chicos. Existem momentos em que Nelson Xavier parece estar interpretando Ângelo Antônio. Como chegaram a isso?
Ah, me desculpe, mas sou um grande diretor de atores. Aceito que critiquem tudo em mim, menos que não sei dirigir atores. Quando eles são bons como o Nelson e o Ângelo, nada é impossível. Havia a preocupação de dar uma continuidade. A prosódia foi cuidada porque o jeito mineiro de falar é importante nessa história. Nelson e Ângelo vão dizer que se conhecem há anos, já trabalharam juntos e não é difícil para eles criar essa unidade de interpretação. Não é mesmo, mas isso era intencional e foi buscado. Nada me orgulha mais neste filme do que o elenco. São 135 personagens. Todos têm a mesma importância. Não há um figurante que não tenha sido preparado para interpretar seu papel. Se o filme acontecer, como espero, vou dever muito a esse elenco maravilhoso.


Fonte:
O Estado de São Paulo



sexta-feira, 26 de março de 2010

segunda-feira, 22 de março de 2010

31 de março: data de desencarnação de Allan Kardec


Morte, passaporte para a Vida: assim entendemos na perspectiva espírita. No entanto, quando nos despedimos de alguém, através da desencarnação, sentimos, imediatamente, a lacuna deixada por aquele amigo ou parente. Com o tempo, recordando o ser ausente, vivenciamos saudosos dias daquela presença insubstituível.
Trinta e um de março é desses dias. Lembramos o mestre e educador Allan Kardec, que retornou ao mundo dos Espíritos no ano de 1869. Kardec despediu-se em março, no entanto, devido a seu espírito de serviço permanente, deixou a edição mensal da “Revista Espírita – Jornal de Estudos Psicológicos”, referente a abril daquele ano, pronta para ser impressa e distribuída aos estudiosos do Espiritismo.
Recordando o bom-senso de Kardec na condução da Revue Spirite, entre os anos de 1858 e 1869 – 12 anos ininterruptos de publicação mensal –, refletimos sobre nossos jornais e periódicos espíritas, trazendo, para todos os que contribuímos com a imprensa e divulgação escrita espírita, a reflexão de Allan Kardec, expressa na introdução do primeiro número levado a público, em janeiro de 1858: “Nossa revista será, assim, uma tribuna aberta, mas onde a discussão não deverá jamais desviar-se das leis, as mais estritas, das conveniências”. E arremata o entusiasmado, mas vigilante Divulgador: “As inconveniências de linguagem jamais tiveram boas razões aos olhos de pessoas sensatas; é a arma daqueles que não a têm melhor, e essa arma
reverte contra quem dela se serve”.
O bom-senso que emerge da proposta editorial da Revue Spirite deve atender, também, ao nosso referencial de trabalho junto aos órgãos de divulgação do movimento espírita, tratando de questões relevantes e de interesses dos espíritas e simpatizantes: “(...) oferecer um meio de comunicação a todos quantos se interessam por estas questões, ligando, através de um laço
comum, os que compreendem a Doutrina Espírita sob o seu verdadeiro ponto de vista moral: a prática do bem e a caridade evangélica para com todos” (RE, janeiro de 1858).
Relendo a Revista Espírita, de Allan Kardec, conhecemos os detalhes do trabalho de codificação do Espiritismo, a metodologia utilizada pelo mestre francês na organização da obra espírita, os fatos e ações que deram origem ao movimento espírita e, por efeito, sentimo-nos estimulados
a também contribuir, ainda que pouco, para a divulgação do Espiritismo.
Editores, jornalistas, articulistas e outros que colaboram com as publicações espíritas temos todo um curso de comunicação social espírita quando estudamos a Revue Spirite. Assim como se torna difícil e arriscada a tarefa da prática mediúnica sem o estudo metódico de “O Livro dos Médiuns”, acreditamos que ficam lacunas na formação do comunicador espírita que não estudou o kardequiano “Jornal de Estudos Psicológicos”.
Neste 31 de março, saudamos Allan Kardec: o primeiro comunicador espírita!

Texto de Yvo Tutti, no Jornal do Serviço Espírita de Informação, segunda quinzena de março de 2010.

Para ter acesso gratuito a todas as Revistas Espíritas (edições do ano de 1858 até 1869) clique na imagem de Allan Kardec abaixo e tenha acesso ao site Autores Espíritas Clássicos e ao citado acervo disponibilizado pela Federação Espírita Brasileira (FEB).

quinta-feira, 18 de março de 2010

TV Espírita



Na foto, da esquerda para a direita: Gerson PC (Casa da Voz Estúdio), Alberto Kandra (Presidente do Grupo de Amigos Espíritas PÃO DA CARIDADE de Planura - MG) e J. Sardinha (radialista e apresentador da TV Mundo Maior).

Alberto Kandratavicius, doando sua voz, fez gravação para a TV Espírita Mundo Maior, na regional de Frutal - MG.

Clique na figura abaixo para acessar e assistir a um dos programas da TV Mundo Maior:

domingo, 14 de março de 2010

Fotos da Palestra de Moniz Urzedo


Clique aqui para acessar o álbum de fotos com comentários!

Palestra Moniz

quarta-feira, 10 de março de 2010

Vida de Chico Xavier chega aos cinemas brasileiros em abril

Em abril, a vida de Chico Xavier estará nos cinemas. É quando estreia "Chico Xavier, o Filme", uma das principais apostas da Globofilmes para 2010. Atrás das câmeras, está Daniel Filho, o mesmo diretor de "Se Eu Fosse Você 2", maior bilheteria do cinema brasileiro desde a retomada dos anos 90. E essa não será a única produção de peso ligada ao tema do ano: no segundo semestre, serão lançados os longas "As Mães de Chico Xavier" e "Nosso Lar", adaptação de um dos livros de maior sucesso de médium.

Essa verdadeira avalanche de filmes tem uma boa explicação: o sucesso do filme "Bezerra de Menezes". Feito com poucos recursos e apostando basicamente na divulgação boca a boca, o longa foi uma das maiores surpresas do cinema brasileiro recente. Lançado em 2008, teve um público de mais de 500 mil pessoas nos cinemas e já vendeu 44 mil cópias em DVD.

"Chico Xavier, o Filme" acompanha a vida do médium desde a infância em Pedro Leopoldo, na região metropolitana de Belo Horizonte, até a idade adulta (quando é vivido por Ângelo Antônio) e velhice (interpretado por Nelson Xavier). Um episódio em especial é destacado na trama: o julgamento de um assassinato em que Chico depôs após supostamente ter entrado em contato com o espírito da vítima.

Tony Ramos e Christiane Torloni são os pais do rapaz morto. O elenco ainda tem nomes como Giovanna Antonelli, Letícia Sabatella e Paulo Goulart. Por enquanto, a Globo Filmes ainda não divulga o número de cópias com que o filme vai estrear, nem qual é sua expectativa de público. Mas, pela força do tema e pelo peso dos profissionais envolvidos, o longa já é um dos lançamentos mais aguardados do ano.

Divulgação
Nelson Xavier (esquerda), como Chico Xavier

O roteiro, de Marcos Bernstein, foi baseado no livro "As Vidas de Chico Xavier", do jornalista Marcel Souto Maior. Publicado em 1994, é a mais completa biografia do médium mineiro. "Fiquei muito feliz com o caminho escolhido por ele e Daniel Filho para reconstituir a trajetória do Chico. O filme - assim como o livro - não quer doutrinar ninguém. Quem espera uma ode a Chico Xavier vai se surpreender", diz o autor.

Mesmo oito anos após morrer (em 2002, no dia em que o Brasil conquistou sua quinta Copa do Mundo), o médium ainda é uma figura polêmica. "Para muitos brasileiros - a maioria, acho - é um santo. Para outros, uma fraude, ao atribuir a espíritos textos escritos por ele mesmo", avalia Souto Maior. O espiritismo, religião da qual foi o principal líder, é seguido por 1,3% da população brasileira, segundo o IBGE.

Chico tornou-se conhecido em 1932, com a publicação do livro "Parnaso de Além Túmulo", que trazia poemas que lhe teriam sido psicografados por poetas como Castro Alves e Olavo Bilac. Desde então, teve mais de 400 livros publicados. "Nosso Lar" é o mais importante: com mais de dois milhões de exemplares vendidos desde 1944, é referência na descrição do chamado "plano espiritual".

Souto Maior acompanhou as filmagens de "Chico Xavier" e estaca a caracterização de Nelson Xavier. "Eu o chamei de Chico várias vezes sem querer. Ele riu e me disse que não fui o único", lembra. Ele também ficou impressionado com Christiane Torloni. Ela interpreta uma mãe que perdeu o filho, situação que realmente viveu há 18 anos. "Ela teve a generosidade de mostrar sua própria dor no filme", conta.

Também não faltaram situações difíceis de explicar. "A equipe precisava de um cachorro para o filme e não conseguia encontrar um adequado. Mas havia um vira-lata que sempre seguia a equipe e, um dia, decidiram testá-lo e ele foi muito bem. Aí foram atrás do dono e adivinhe qual era o nome do cachorro? Chico", diz Souto Maior.

O diretor Daniel Filho tem outra história curiosa. Durante as filmagens numa fazenda em Paulínia, na região de Campinas, uma forte chuva caía sobre toda a região. Menos na área onde o filme era rodado. "Assim que disse ‘corta’ e nos arrumamos pra sair, começou a chover ali também. Muitos acham que isso foi de Chico", conta o cineasta.

Fonte: Jornal Online Último Segundo (

http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/2010/02/12/vida+de+chico+xavier+chega+aos+cinemas+brasileiros+em+abril+9392766.html

).

quinta-feira, 4 de março de 2010

Dica de filme com temática espírita

Para quem gosta de filmes com temática espírita, é possível assistir gratuitamente uma versão dublada do filme "Minha Vida na Outra Vida".
Este filme retrata, com fidelidade, lógica e respeito, a reencarnação, tema de interesse de milhões de pessoas em todo o mundo. Baseado em fatos reais relatados no livro autobiográfico de Jenny Cockell, "Minha Vida na Outra Vida" conta a história de Jenny, uma mulher do interior dos Estados Unidos, que tem visões, sonhos e lembranças de sua última encarnação, como Mary, uma mulher irlandesa que faleceu na década de 30. Intrigada, Jenny sai em busca de seus filhos da vida passada. Tem início uma jornada emocionante.
Para assistir, clique na imagem abaixo que você será redirecionado ao site do Google Videos: