quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Em dia com o Espiritismo


Em dia com o Espiritismo

Qual é o sentido da vida?

Marta Antunes Moura
 “Não somente de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai
da boca de Deus.” (Mateus, 4:4.)
1
O questionamento sobre o sentido da vida acontece em algum momento da existência, mas a resposta à indagação está relacionada a vários fatores, entre eles: idade, nível de maturidade espiritual, educação recebida, formação religiosa, interesses...
A respeito do assunto, esclarece Léon Denis que
O que importa saber antes de tudo é o que somos, de onde viemos, para onde vamos, quais são os nossos destinos. As ideias que fazemos do Universo e suas leis, do papel que cada um de nós deve exercer sobre este vasto teatro, tudo isso é de uma importância capital. É de conformidade com elas que dirigimos os nossos atos. [...] Para as coletividades, da mesma forma que para o indivíduo, a concepção do mundo e da vida é que determina os deveres; mostra o caminho a seguir, as resoluções a adotar.2
Não resta dúvida que esse é o melhor critério, entretanto, sabemos que significativa parte da Humanidade restringe a existência à mera experiência biológica (nascer, crescer, reproduzir e morrer). Para muitos indivíduos o enfoque é a família e/ou a profissão. Os hedonistas preferem gozar a vida, sem pesar as consequências. Mas há pessoas que, efetivamente, centralizam a vida na busca pela melhoria espiritual. Tal constatação nos faz concluir que, a rigor, não há um consenso de respostas, como indicam pesquisas realizadas, uma vez que o entendimento sobre o sentido da vida varia de pessoa para pessoa, estando sujeito a mudanças de opinião, à medida que envelhecemos ou nos tornamos mais experientes.
Denis considera ainda que as indagações sobre o porquê da vida fazem parte da natureza humana:
Qual o homem que, nas horas de silêncio e recolhimento, já deixou de interrogar a Natureza e ao seu próprio coração, pedindo-lhes o segredo das coisas, o porquê da vida, a razão de ser do Universo? Onde está esse que não tem procurado conhecer os seus destinos, erguer o véu da morte, saber se Deus é uma ficção ou uma realidade? Não há ser humano, por mais indiferente que seja, que não tenha enfrentado algumas vezes com esses grandes problemas. A dificuldade de resolvê-los, a incoerência e a multiplicidade das teorias que daí se derivam, as deploráveis consequências que decorrem da maior parte dos sistemas conhecidos, todo esse conjunto confuso, fatigando o espírito humano, o tem atirado à indiferença e ao ceticismo.3
Para os filósofos da Antiguidade, o verdadeiro sentido da vida estava na aquisição da felicidade, genericamente considerada “[...] estado de satisfação devido à situação do mundo”,4 conceito que não deveria ser confundido com o de bem-aventurança, entendido como o ideal de satisfação, ou de felicidade completa, independente das condições do homem no mundo.4
A felicidade era então compreendida como algo bem mundano, de acordo com as necessidades imediatas do homem, segundo esta afirmativa do filósofo grego Tales de Mileto (624 ou 625 a.C.-556 ou 558 a.C.): “[feliz é] quem tem corpo são e forte, boa sorte e alma bem formada”.4 Em outras palavras, significa dizer que a felicidade se resume em ter boa saúde, sucesso na vida e possuir boa formação educacional, condições priorizadas pela sociedade moderna.
O conceito de felicidade foi mais tarde incorporado ao prazer, possivelmente a partir das ideias de Demócrito de Abdera (460-380 a.C.), que definiu felicidade como sendo “[...] a medida do prazer e a proporção da vida”.Tal concepção serviu de base para o desenvolvimento do pensamento filosófico, em relação ao sentido da vida, nos séculos posteriores. Estudiosos famosos aceitaram a relação felicidade–prazer, imprimindo esta direção ao pensamento ocidental. Entre eles, destacamos: Lorenzo Valla (1407-1457), eminente educador humanista italiano; John Locke (1632-1704), inglês, respeitado ideólogo do liberalismo; Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716), distinguido cientista alemão; e o britânico Bertrand Arthur William Russell (1872-1970), uma das personalidades mais influentes do século XX, matemático e lógico de renome.
Importa ressalvar que, desde os tempos remotos, Platão (428 ou 427 a.C.-348-347 a.C.) já fazia clara distinção entre felicidade e prazer, admitindo que uma estava vinculada à aquisição de virtudes, a outra, às sensações físicas: “[...] o mundo dos sentidos e dos prazeres sensoriais inibe o encontro da felicidade verdadeira, porque nos torna presos ao mundo real [físico], que não é [...] a realidade mais elevada”.5
Em termos religiosos, o Hinduísmo relaciona o sentido da vida à harmonia e libertação espirituais, ambas necessárias à comunhão eterna e pacífica com Deus.Para os brâmanes, é atingir o estado de consciência cósmica. O Judaísmo valoriza a observância das leis de Deus, registradas nos seus livros sagrados. O Budismo orienta que o sentido da vida está na liberdade de cada um escolher como conduzir a própria vida. Para o Cristianismo é necessário vivenciar o Evangelho, condição totalmente acatada pelo Espiritismo.
A citação de Mateus, inserida no início deste artigo, pode ser considerada um roteiro espírita sobre o sentido da vida. Interpretada por Emmanuel,6 destaca este Benfeitor a importância de reconhecermos a extensão e o valor das bênçãos divinas, distribuídas por Deus em nosso benefício. Assim, considera a palavra “pão” (Não somente de pão viverá o homem), presente no texto evangélico, como símbolo representativo das concessões materiais doadas ao encarnado. Pondera, entretanto, que tais dádivas devem ser utilizadas para a obtenção do alimento espiritual (toda palavra que sai da boca de Deus), que é o verdadeiro sustento à vida do Espírito imortal. Eis como se expressa:
Não somente agasalho que proteja o corpo, mas também o refúgio de conhecimentos superiores que fortaleçam a alma. Não só a beleza da máscara fisionômica, mas igualmente a formosura e nobreza dos sentimentos. Não apenas a eugenia que aprimora os músculos, mas também a educação que aperfeiçoa as maneiras.
Não somente a cirurgia que extirpa o defeito orgânico, mas igualmente o esforço próprio que anula o defeito íntimo.ricardo costa
Não só o domicílio confortável para a vida física, mas também a casa invisível dos princípios edificantes em que o espírito se faça útil, estimado e respeitável. Não apenas os títulos honrosos que ilustram a personalidade transitória, mas igualmente as virtudes comprovadas, na luta objetiva, que enriqueçam a consciência eterna.
Não somente claridade para os olhos mortais, mas também luz divina para o entendimento imperecível.
Não só aspecto agradável, mas igualmente utilidade viva.
Não apenas flores, mas também frutos.
Não somente ensino continuado, mas igualmente demonstração ativa.
Não só teoria excelente, mas também prática santificante. Não apenas nós, mas igualmente os outros.6
Ao final, conclui com a sabedoria e a simplicidade de sempre:
Disse o Mestre: – “Nem só de pão vive o homem.”
Apliquemos o sublime conceito ao imenso campo do mundo. Bom gosto, harmonia e dignidade na vida exterior constituem dever, mas não nos esqueçamos da pureza, da elevação e dos recursos sublimes da vida interior, com que nos dirigimos para a Eternidade.7
Fonte: site da revista Reformador online (http://www.febnet.org.br)

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Importância da água


Todo mundo precisa tomar água, mas as pessoas idosas, mais ainda

Para elas, que já têm uma reserva hídrica naturalmente menor, uma desidratação pode ser fatal. O pior é que seus mecanismos de 

equilíbrio interno já não funcionam tão bem e elas não sentem sede, esquecendo-se de repor as perdas. Assim, é fundamental que se ofereçam líquidos para os idosos o tempo todo. Água, sucos, frutas, leite, chá, gelatina, sopa. Tudo vale.








Sempre que dou aula de Clínica Médica a estudantes do quarto ano de Medicina, lanço a pergunta: "Quais as causas que mais fazem o vovô ou a vovó terem confusão mental?" Alguns arriscam: "Tumor na cabeça". Eu digo: "Não". Outros apostam: "Mal de Alzheimer". Respondo, novamente: "Não". A cada negativa a turma espanta-se. E fica ainda mais boquiaberta quando enumero os três responsáveis mais comuns: diabetes descontrolado; infecção urinária; a família passou um dia inteiro no shopping, enquanto os idosos ficaram em casa.

Parece brincadeira, mas não é. Constantemente vovô e vovó, sem sentir sede, deixam de tomar líquidos. Quando falta gente em casa para lembrá-los, desidratamse com rapidez. A desidratação tende a ser grave e afeta todo o organismo. Pode causar confusão mental abrupta, queda de pressão arterial, aumento dos batimentos cardíacos ("batedeira"), angina (dor no peito), coma e até morte.

Insisto: não é brincadeira. Ao nascermos, 90% do nosso corpo é constituído de água. Na adolescência, isso cai para 70%. Na fase adulta, para 60%. Na terceira idade, que começa aos 60 anos, temos pouco mais de 50% de água. Isso faz parte do processo natural de envelhecimento. Portanto, de saída, os idosos têm menor reserva hídrica. Mas há outro complicador: mesmo desidratados, eles não sentem vontade de tomar água, pois os seus mecanismos de equilíbrio interno não funcionam muito bem.

Explico: nós temos sensores de água em várias partes do organismo. São eles que verificam a adequação do nível. Quando ele cai, aciona-se automaticamente um "alarme". Pouca água significa menor quantidade de sangue, de oxigênio e de sais minerais em nossas artérias e veias. Por isso, o corpo "pede" água. A informação é passada ao cérebro, a gente sente sede e sai em busca de líquidos.

Nos idosos, porém, esses mecanismos são menos eficientes. A detecção de falta de água corporal e a percepção da sede ficam prejudicadas. Alguns, ainda, devido a certas doenças, como a dolorosa artrose, evitam movimentar-se até para ir tomar água. Conclusão: idosos desidratam-se facilmente não apenas porque possuem reserva hídrica menor, mas também porque percebem menos a falta de água em seu corpo. Além disso, para a desidratação ser grave, eles não precisam de grandes perdas, como diarréias, vômitos ou exposição intensa ao sol. Basta o dia estar quente - e o verão já vem aí - ou a umidade do ar baixar muito - como tem sido comum nos últimos meses. Nessas situações, perde-se mais água pela respiração e pelo suor. Se não houver reposição adequada, é desidratação na certa. Mesmo que o idoso seja saudável, fica prejudicado o desempenho das reações químicas e funções de todo o seu organismo.

Por isso, aqui vão dois alertas. O primeiro é para vovós e vovôs: tornem voluntário o hábito de beber líquidos. Bebam toda vez que houver uma oportunidade. Por líquido entenda-se água, sucos, chás, água-de-coco, leite. Sopa, gelatina e frutas ricas em água, como melão, melancia, abacaxi, laranja e tangerina, também funcionam. O importante é, a cada duas horas, botar algum líquido para dentro. Lembrem-se disso!

Meu segundo alerta é para os familiares: ofereçam constantemente líquidos aos idosos. Lembrem-lhes de que isso é vital. Ao mesmo tempo, fiquem atentos. Ao perceberem que estão rejeitando líquidos e, de um dia para o outro, ficam confusos, irritadiços, fora do ar, atenção. É quase certo que esses sintomas sejam decorrentes de desidratação. Líquido neles e rápido para um serviço médico.

Arnaldo Lichtenstein, médico, é clínico-geral do Hospital das Clínicas e professor colaborador do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). (fonte: http://www.caras.com.br/edicoes/730/textos/261/)

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Aprendendo a perdoar



    Muito se tem falado em perdão. Vejamos o que diz a Bíblia Sagrada a esse respeito.“Se o teu irmão pecar contra ti, repreende-o; e se ele se arrepender, perdoa-lhe. Se ele pecar sete vezes ao dia contra ti e sete vezes vier te procurar dizendo: ‘Arrependo-me’, tu o perdoarás”. Jesus Cristo falou assim no capítulo  17 (versículos  3  e  4) do Evangelho de São Lucas. Se alguém for grosseiro com você, te fizer algum mal ou te prejudicar em algo, e  vier cheio de arrependimento te pedir desculpas, perdoe-o. Cristo foi  bem claro, ele disse que se alguém pecar várias vezes ao dia contra você, e se arrepender, você tem a obrigação de perdoar!

    E o Messias acrescentou ainda: “Se perdoares aos homens suas ofensas, o Pai Celeste também vos perdoará. Mas, se não perdoares aos homens, o Pai também não vos perdoará as tuas ofensas”. Isso consta no Evangelho de São Mateus, capítulo 6, versículos 14 e 15 , onde o Salvador adverte-nos de que se nós não perdoarmos as ofensas que os outros nos fizeram, Deus também não  perdoará as ofensas que nós cometemos. Quem perdoa também é perdoado, e quem não perdoa não será perdoado.

    Certa vez, São Pedro, aproximando-se de Jesus, perguntou: “Mestre, quantas vezes devemos perdoar? Até sete vezes?”. E Cristo respondeu: “Não até sete vezes, mas devemos perdoar setenta vezes sete”. Ou seja, devemos perdoar sempre!
    Vejamos o que o Redentor nos pede no capítulo  6, versículo 36 do Evangelho de São  Lucas: “Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso”. Aqui a mensagem é bem clara...

    No Evangelho Segundo Mateus, capítulo 6, versículo 12 encontramos a maior oração de todas, o Pai Nosso, onde rezamos: “E perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido...” Nesta oração estamos afirmando, perante Deus, que já perdoamos a quem nos ofendeu e nos maltratou. Portanto, se alguém se recusa a perdoar, não deveria rezar o Pai Nosso.

    E é sempre bom lembrar que no capítulo 8, versículo 7 do Evangelho Segundo São João, o Nazareno advertiu: “Aquele dentre vós que estiverdes sem pecado, que atire a primeira pedra”. Ou seja, aqui Jesus ensina-nos que ninguém deve lançar críticas e recriminações para quem comete um erro ou uma agressão contra nós, pois nós também erramos e por vezes agredimos os outros. Só aquele que nunca errou pode atirar a primeira pedra contra seu semelhante. Você nunca pecou?

    Caro leitor, jamais se esqueça que foi do alto da cruz, depois de ter sido chicoteado, surrado, ridicularizado e maltratado, além de ser  pregado com grossos pregos nas mãos e nos pés, que Jesus pediu: “Pai, perdoa-lhes, pois eles não sabem o que fazem”. Ninguém sofreu mais do que Jesus Cristo, e ele era inocente! E mesmo sofrendo tremenda injustiça e dor, ele perdoou a todos, dando esse exemplo maravilhoso para nós.

    Portanto, prezado amigo, perdoe aquele que te ofendeu, que te magoou e te feriu. Nosso Senhor recomendou: “Se alguém lhe esbofetear no rosto, ofereça a outra face”. Oferecer a outra face é dar uma nova chance. Perdoe, pois todos erram!

    Lembre-se que o perdão é o remédio da alma. A mágoa e o ressentimento profundo podem provocar doenças, inclusive câncer.
    Reflita e pense que se alguma agressão chegou para você foi para te ajudar a crescer e amadurecer como pessoa. Nunca pense numa agressão como um mal, mas sim como um bem, pois no sofrimento temos a oportunidade de purificar o nosso espírito. 

    Perdoar é um gesto de inteligência.

Texto : Elvio Nigro Jr.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Exercícios para melhorar a memória


Exercícios para melhorar a memória
Em estudo com adultos de 55 a 80 anos, caminhar três vezes por semana por um ano aumentou o volume do hipocampo e melhorou a perda de memória e da capacidade cognitiva associadas ao envelhecimento

Divulgação Científica

Exercícios para melhorar a memória

1/2/2011
Agência FAPESP – Exercícios físicos aeróbicos podem diminuir a perda de memória em idosos e prevenir o declínio cognitivo associado com o envelhecimento, indica estudo que será publicado esta semana no site e em breve na edição impressa da revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
A pesquisa, feita nos Estados Unidos, verificou que um ano de exercícios físicos moderados foi capaz de aumentar o tamanho do hipocampo em adultos mais velhos, levando a uma melhoria na memória espacial. De acordo com estudos anteriores, o hipocampo diminui com a idade, o que afeta a memória e aumenta o risco de demência.
Arthur Kramer, da Universidade de Illinois em Urbana-Champaign, e colegas examinaram os cérebros de 60 adultos saudáveis com idades entre 55 e 80 antes, durante e após o período de um ano de exercícios.
Os pesquisadores observaram que os participantes que caminharam por 40 minutos, três vezes por semana, tiveram um aumento de em média 2,12% no volume do hipocampo esquerdo e de 1,97% no direito. O grupo que praticou apenas exercícios de alongamento teve diminuição média de 1,40% no hipocampo esquerdo e de 1,43% no direito no período.
Testes de memória espacial foram conduzidos antes, com seis meses e após um ano. Aqueles que integraram o grupo de exercício aeróbico apresentaram melhoria nas funções de memória, que os cientistas apontam estar associado com o aumento no hipocampo.
O grupo que praticou atividade física aeróbica também teve aumento em diversos biomarcadores associados com a saúde cerebral, como no fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF, na sigla em inglês), uma pequena molécula envolvida na memória e na aprendizagem.
“Os resultados do estudo são particularmente interessantes por indicarem que mesmo pequenas quantidades de exercícios em adultos mais velhos e sedentários podem levar a melhorias substanciais na memória e na saúde cerebral”, disse Kramer, que dirige o Instituto Beckman na Universidade de Illinois.
O artigo Exercise training increases size of hippocampus and improves memory (doi/10.1073/pnas.1015950108), de Arthur Kramer e outros, poderá ser lido em breve por assinantes da PNAS emwww.pnas.org/cgi/doi/10.1073/pnas.1015950108