segunda-feira, 22 de março de 2010

31 de março: data de desencarnação de Allan Kardec


Morte, passaporte para a Vida: assim entendemos na perspectiva espírita. No entanto, quando nos despedimos de alguém, através da desencarnação, sentimos, imediatamente, a lacuna deixada por aquele amigo ou parente. Com o tempo, recordando o ser ausente, vivenciamos saudosos dias daquela presença insubstituível.
Trinta e um de março é desses dias. Lembramos o mestre e educador Allan Kardec, que retornou ao mundo dos Espíritos no ano de 1869. Kardec despediu-se em março, no entanto, devido a seu espírito de serviço permanente, deixou a edição mensal da “Revista Espírita – Jornal de Estudos Psicológicos”, referente a abril daquele ano, pronta para ser impressa e distribuída aos estudiosos do Espiritismo.
Recordando o bom-senso de Kardec na condução da Revue Spirite, entre os anos de 1858 e 1869 – 12 anos ininterruptos de publicação mensal –, refletimos sobre nossos jornais e periódicos espíritas, trazendo, para todos os que contribuímos com a imprensa e divulgação escrita espírita, a reflexão de Allan Kardec, expressa na introdução do primeiro número levado a público, em janeiro de 1858: “Nossa revista será, assim, uma tribuna aberta, mas onde a discussão não deverá jamais desviar-se das leis, as mais estritas, das conveniências”. E arremata o entusiasmado, mas vigilante Divulgador: “As inconveniências de linguagem jamais tiveram boas razões aos olhos de pessoas sensatas; é a arma daqueles que não a têm melhor, e essa arma
reverte contra quem dela se serve”.
O bom-senso que emerge da proposta editorial da Revue Spirite deve atender, também, ao nosso referencial de trabalho junto aos órgãos de divulgação do movimento espírita, tratando de questões relevantes e de interesses dos espíritas e simpatizantes: “(...) oferecer um meio de comunicação a todos quantos se interessam por estas questões, ligando, através de um laço
comum, os que compreendem a Doutrina Espírita sob o seu verdadeiro ponto de vista moral: a prática do bem e a caridade evangélica para com todos” (RE, janeiro de 1858).
Relendo a Revista Espírita, de Allan Kardec, conhecemos os detalhes do trabalho de codificação do Espiritismo, a metodologia utilizada pelo mestre francês na organização da obra espírita, os fatos e ações que deram origem ao movimento espírita e, por efeito, sentimo-nos estimulados
a também contribuir, ainda que pouco, para a divulgação do Espiritismo.
Editores, jornalistas, articulistas e outros que colaboram com as publicações espíritas temos todo um curso de comunicação social espírita quando estudamos a Revue Spirite. Assim como se torna difícil e arriscada a tarefa da prática mediúnica sem o estudo metódico de “O Livro dos Médiuns”, acreditamos que ficam lacunas na formação do comunicador espírita que não estudou o kardequiano “Jornal de Estudos Psicológicos”.
Neste 31 de março, saudamos Allan Kardec: o primeiro comunicador espírita!

Texto de Yvo Tutti, no Jornal do Serviço Espírita de Informação, segunda quinzena de março de 2010.

Para ter acesso gratuito a todas as Revistas Espíritas (edições do ano de 1858 até 1869) clique na imagem de Allan Kardec abaixo e tenha acesso ao site Autores Espíritas Clássicos e ao citado acervo disponibilizado pela Federação Espírita Brasileira (FEB).

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