quarta-feira, 21 de maio de 2008

Dois sonetos de Antero de Quental



Sonetos do Espírito ANTERO DE QUENTAL :

(Antero de Quental - nascido na ilha de S. Miguel, nos Açores, em l.842, e desencarnado por suícidio, em 1.891. É vulto eminente e destacado nas letras portuguesas, caracterizando-se pelo seu espírito filosófico.)

À MORTE - uma imagem tétrica
À MORTE

Ó Morte, eu te adorei, como se foras
O Fim da sinuosa e negra estrada,
Onde habitasse a eterna paz do Nada
Às agonias desconsoladoras.

Eras tu a visão idolatrada
Que sorria na dor das minhas horas,
Visão de tristes faces cismadoras,
Nos crepes do Silêncio amortalhada.

Busquei-te, eu que trazia a alma já morta,
Escorraçada no padecimento,
Batendo alucinado à tua porta;

E escancaraste a porta escura e fria,
Por onde penetrei no Sofrimento,
Numa senda mais triste e mais sombria.

DEUS - uma imagem luminosa

DEUS

Quem, senão Deus, criou obra tamanha,
O espaço e o tempo, as amplidões e as eras,
Onde se agitam turbilhões de esferas,
Que a luz, a excelsa luz, aquece e banha?

Quem, senão ELE fez a esfinge estranha
No segredo inviolável das moneras,
No coração dos homens e das feras,
No coração do mar e da montanha?!

Deus!... somente o Eterno, o Impenetrável,
Poderia criar o imensurável
E o Universo infinito criaria!...

Suprema paz, intérmina piedade,
E que habita na eterna claridade
Das torrentes da Luz e da Harmonia!


Textos do livro PARNASO DE ALÉM TÚMULO - Primeiro livro psicografado por FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER

Um comentário:

Anônimo disse...

COMENTARIO : Parabéns ! Planura merece um bom MOVIMENTO ESPIRITA ! Um "amigo anônimo".